Ontem uma amiga da minha mãe passou mal e tivemos que leva-la a um posto de atendimento da nossa cidade (o único). Chegando lá encontramos mais ou menos 50 pessoas, de todas as idades aguardando serem atendidas. Pessoas com todos os tipos de males, desde pressão alta até gente machucada. Minha cidade (pinhais - PR) tem mais ou menos 130 mil habitantes e é, segundo uma reportagem da revista Veja, uma das 20 maiores em crescimento de arrecadação nos últimos anos, e no único posto de atendimento da cidade tem um médico.
Todo mundo tem escutado falar sobre as reformas ou construções para a Copa do Mundo de 2014. Vemos estados como o Ceará que investirá perto de 500 milhões de reais para a reforma do Castelão. Em Manaus, Cuiabá e Brasília serão construídos estádios mais ou menos neste valor, que após a copa não serão usados, pois estas cidades não tem times de futebol. Aqui em Curitiba, onde o estádio usado será privado, a prefeitura e o estado deram um jeitinho para que o BNDES (dinheiro público) emprestasse dinheiro para o Atlético Paranaense reformar a Arena. O governo federal deu também um jeito para o Corinthians contruir seu estádio. Claro que não tem nada a ver com o fato do presidente ser corintiano.
Conclusão: o povo pode morrer nos postos de atendimento sem atendimento contanto que tenhamos uma bela copa do mundo.
Pobre povo. E garanto que lá naquele postinho, com dores, com gente amada sofrendo, ainda tem gente que acha lindo ter uma copa aqui.
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