sexta-feira, 28 de outubro de 2011

|inversões|

Duas notícias me chamaram a atenção nesta semana. A primeira foi a de que vendedores ilegais estariam fazendo manifestações e enfrentando a polícia no centro de São Paulo pelo seu “direito” de trabalhar nas ruas vendendo mercadorias contrabandeadas ou falsificadas (ou os dois). Alguém me explique isso. Será que temos realmente que discutir esse assunto? De onde algumas pessoas tiram que se uma pessoa não tem emprego ela tem o direito de burlar a lei vendendo muamba? A lei é uma só e é para todos. Então cumpra-se a lei.
A outra foram os estudantes da USP enfrentando a polícia, tentando impedi-la de prender três estudantes que estavam fumando maconha em local público. A minha opinião sobre a maconha é que ela deveria ser liberada, pois não há como controlar. Porém, se é proibido o porte e consumo, então os caras deveriam mesmo ser presos (como foram) e os outros estudantes deveriam ficar em seus lugares, quietinhos.
O que estamos vendo é uma total inversão de valores, onde as pessoas acham que seus supostos direitos se sobrepõe à lei. Se não estão satisfeitos, procurem os caminhos corretos para mudar, mas se existe a lei ela deve ser obedecida.

|mais do mesmo|

Então caiu mais um ministro do governo Dilma. Mais uma vez as acusações são as mesmas: subornos, distribuição de dinheiro público a apaniguados, corrupção generalizada. E mais uma vez a desculpa é a mesma: eu não sabia de nada.
O que me causa mais espanto é o fato de o novo ministro ser do mesmo partido do antigo, ou, como diria minha mãe, “muda o pêlo mas os cachorros continuam os mesmos.” Uma das acusações feitas era de que as ong´s envolvidas dariam uma parcela do dinheiro conseguido através da falcatrua para o PC do B. O que a presidente faz? Nomeia o novo ministro do mesmo partido. O que podemos esperar? Vai tudo continuar na mesma, nada vai ser apurado e ninguém será punido. Todo como dantes no quartel de Abrantes.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

|TENTE |

Acabei de ler “deus não e grande” do Christopher Hitchens. Ali, de forma concisa, irônica e clara ele nos mostra como a religião envenena tudo e como estaríamos bem melhor sem ela.
Gostaria de transcrever um parágrafo:
“A religião não tem mais justificativas. Graças ao telescópio e ao microscópio ela já não oferece uma explicação que tenha qualquer importância. Se um dia ela foi capaz, por seu completo controle de uma visão do mundo, de impedir o surgimento de rivais, hoje só pode perturbar e retardar – ou tentar reverter – os consideráveis avanços que fizemos. Algumas vezes, é verdade, ela capciosamente os aceita, mas isso é para oferecer a ela mesma a opção entre irrelevância e obstrução, impotência e reação imediata, e, dada essa escolha, ela é programada para ficar com o pior das duas. Enquanto isso, confrontada com visões nunca sonhadas de nosso próprio córtex em evolução, dos mais distantes recessos do universo conhecido e das proteínas e dos ácidos que compõe nossa natureza, a religião oferece aniquilação em nome de deus ou a falsa promessa de que se passarmos uma faca em nossos prepúcios, orarmos na direção certa ou ingerimos pedaços de hóstia seremos salvos. É como se alguém, recebendo a oferta de uma fruta deliciosa e perfumada fora da estação amadurecida em uma estufa dolorosa e amorosamente projetada, jogasse fora a pele e a carne e roesse soturnamente o caroço”.

Sei que muita gente (talvez até todos) que ler isso vai dizer: “o Derson está louco”. Ou dirá coisa pior. Desde que nasci percebo que esse assunto é tabu para todo mundo e quem não segue as antigas lendas que deram origem ao judaísmo depois ao cristianismo e o islamismo é uma pessoa do mal. Para mim, ser ateu é uma questão de honestidade intelectual. Não me parece lógico que a humanidade, do alto de seus 40 mil anos de história possa se prender a cultos antigos e histórias escritas por povos primitivos, abrindo mão do conhecimento e de todas as possibilidades que temos.
Não sou leviano. Já li e estudei tudo o que podia sobre isso. Se você, tenha gostado ou não do que eu escrevi, quer saber mais, abra mão de conceitos pré estabelecidos e leia esse livro. Se você não gostar não vai perder nada. Agora se te der um estalo e você começar a perceber a realidade, fugindo das bobagens que aprendemos desde pequenos pode ser que estejamos começando uma revolução que fará a humanidade um lugar melhor.

|ah gisele...|

Um dos assuntos do momento é o comercial da hope em que a gisele bundchen aparece de lingerie mostrando como a mulher deve contar ao marido as más notícias. É assunto não por ser um comercial engraçado, mas sim por que a Secretaria de Políticas para mulheres resolveu pedir que o comercial seja tirado do ar por ser ofensivo às mulheres. E o pior é que o CONAR abriu processo para avaliar o comercial.
Vamos por partes: a Gisele é uma das mais bem sucedidas mulheres do mundo. Saiu do interior do Rio Grande do Sul para vencer no mundo extremamente competitivo da moda onde é considerada a melhor. Nos Estados Unidos casou com o Quarter Back, ou seja, o cara “mais popular da escola”, desbancando todas as americanas. Me parece uma pessoa legal e bem resolvida, sempre simpática e de bem com a vida. Nunca pareceu ser uma mulher que precisa da beleza (e isso ela tem muita) para convencer os homens do que ela quer. Ela encarou tudo isso como uma brincadeira, do tipo de ouvimos a vida toda e do tipo que faz a relação homem/mulher ser mais gostosa. Não existe falta de respeito, É SÓ UMA BRINCADEIRA como todos os casais com um relacionamento bem resolvido sabem. Os estereótipos fazem parte da cultura humana e nunca deixarão de ser citados e usados.
Podemos perceber nisso a mão do pt, capitaneado nessa caso pela ministra Iriny Lopes (quem?), que também resolveu dar pitaco na novela das 8. Ela quer que o autor faça uma personagem que apanha do marido seguir os trâmites normais da lei e que ele acabe num centro de reabilitação. Ora, a novela, como toda obra de ficção não pode e nem deve servir como exemplo ou demonstração de justiça. Se o autor escolher que ela apanhe até morrer e o marido se saia bem e case com outra e bata nesta também é escolha dele. Quem assiste, se não gostar, escolhe outra coisa para ver.
Daí ela também ataca o Zorra Total. Nunca assisti a esse programa e nem vou, mas de novo percebo uma intrusão. Ali eles alegam que existe uma personagem que é assediada nos trens do metrô o que é ofensivo e pode incitar a esse tipo de agressão. Não percebem que, além de ser ficção isso pode até levar a pessoa a se envergonhar desse tipo de atitude. Mais uma vez digo, o autor escreve o que quer, assistir ou não é uma escolha.
Temos sim que manter o respeito, não só pelas mulheres, mas por todos os seres humanos, mas a vida sem brincadeiras seria e será muito chata.
Infelizmente parece que a palavra censura começa a nos assombrar.